Uma bomba de infusão intratecal é um método de administrar medicação diretamente na medula espinhal. Continue a leitura e conheça melhor esta via de administração de fármacos, suas indicações e como o procedimento é realizado.

O que é uma Bomba de Infusão Intratecal?

O sistema usa uma pequena bomba que é cirurgicamente colocada sob a pele do abdômen. A bomba fornece medicação por um cateter que vai até a área ao redor da medula espinhal. Como o medicamento é administrado diretamente na área da dor, seus sintomas podem ser controlados com uma dose muito menor do que a necessária com a medicação oral, reduzindo os efeitos colaterais da medicação. Popularmente, esses dispositivos são conhecidos como bomba de morfina ou bomba de baclofeno.

O procedimento se baseia na seguinte lógica: as medicações injetadas na região intratecal (no líquor) atingem o seu alvo de forma mais direta, necessitando de uma dose menor do que a oral, para fazer o mesmo efeito.

Dessa forma, uma medicação utilizada por via oral necessita de uma dose 100 vezes maior do que a mesma medicação quando utilizada por via intratecal, reduzindo assim os efeitos colaterais e mantendo o mesmo benefício.

Em conclusão, o critério para se utilizar uma bomba de morfina (para dor) ou uma bomba de baclofeno (para espasticidade) é que haja resposta benéfica com a medicação. Em segundo lugar, não deve ser possível suportar o seu uso por outras vias.

Quando uma Bomba de Infusão Intratecal é Necessária?

Todos os medicamentos utilizados no tratamento da dor e da espasticidade, além do seu efeito benéfico (desejado) possuem um efeito colateral.

A resposta de cada pessoa ao medicamento é muito individual. Os efeitos benéficos podem ser muito bons e os efeitos colaterais mínimos, e até mesmo imperceptíveis, que é o desejado quando se escolhe utilizar um medicamento.

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Ou então pode acontecer o contrário: muito efeito colateral para pouco benefício. Nestes casos, o medicamento é retirado do tratamento.

Existe um terceiro grupo de pacientes, em que o efeito benéfico é muito bom, porém os efeitos colaterais impedem o seu uso. Para esses pacientes, são utilizadas estratégias que aumentam a disponibilidade da parte benéfica do medicamento, sem aumentar os efeitos colaterais. Como exemplo, temos os medicamentos transdérmicos (utilizados via adesivo), que vão para a corrente sanguínea diretamente pela pele.

Se mesmo com essas estratégias de se fazer a medicação “pular etapas” para atingir a corrente sanguínea, não for atingido o equilíbrio adequado entre efeito colateral e benefício, as bombas de infusão de fármaco intratecal consistem em uma possibilidade cirúrgica para o tratamento.

Dúvidas sobre a Bomba de Infusão Intratecal

O que Acontece se o Paciente não Consegue Suportar os Efeitos Colaterais?

Essa é uma situação comum. Por este motivo, para evitar que alguém que se beneficiaria da cirurgia de implante de bomba de infusão intratecal perca a oportunidade, é realizado um teste. Antes do implante definitivo, a medicação é injetada diretamente na coluna e observamos se há melhora. Caso o teste seja positivo, esse paciente é um bom candidato à cirurgia.

Como a Bomba é Abastecida?

A bomba possui um reservatório de volume variável (depende do modelo escolhido). Esse reservatório se localiza logo abaixo da pele, não sendo necessária uma nova cirurgia para reabastecê-lo. Isso é feito com uma agulha, pela pele. O intervalo entre cada reabastecimento é variável, pode variar entre semanas até 3 meses, dependendo do uso.

Com o que a Bomba Pode ser Abastecida?

Em teoria, diversas medicações podem ser utilizadas na bomba, dependendo do sintoma a ser tratado. Analgésicos nos pacientes com dor, relaxantes musculares nos casos de espasticidade e antieméticos para os pacientes que desenvolvem náuseas.

É comum os pacientes apresentarem mais de um sintoma, podendo-se combinar as medicações. Apesar dessas combinações possíveis, segundo o FDA, as medicações autorizadas para uso em bomba são: morfina, baclofeno, clonidina e ziconotide.

Quanto Tempo Dura a Bomba?

Isso depende do modelo escolhido e do volume de medicação utilizado por dia. Existem bombas a gás (um êmbolo de gás empurra a medicação com uma velocidade constante) e bombas eletrônicas.

As bombas eletrônicas possuem uma bateria, que normalmente é o limitante na sua vida útil. Normalmente duram entre 4-6 anos, dependendo do uso. Já as bombas a gás possuem como limitante o número de picadas que são realizadas em sua membrana do depósito, para reabastecimento. Com o tempo, a membrana não retém mais o líquido em seu interior. Possuem uma vida útil entre 10 e 15 anos.

Após a Cirurgia, a Bomba vai Limitar a Minha Vida?

Como a bomba fica embaixo da pele, não limitações como entrar na água ou caminhar. Apenas alguns cuidados a serem tomados, como:

    • Evitar impacto sobre o dispositivo, visto que pode danificá-lo;
    • Exames de ressonância nuclear magnética podem descalibra-las;
    • Se for submetido à alguma cirurgia, cuidado com o bisturi elétrico;
    • Alguns detectores de metal podem detectá-la.

Normalmente, quando bem indicado, esse procedimento melhora as limitações, como a dor e a dificuldade de locomoção/autocuidado, resultando em melhora da qualidade de vida.

Como Saber se a Bomba de Infusão Intratecal é Indicada para Meu Caso?

Determinar se uma bomba de medicamentos implantável será uma boa opção de controle da dor para você é um processo complexo. Geralmente, você pode ser um candidato para entrega de medicamentos intratecal se atender aos seguintes critérios:

  • Terapias conservadoras falharam;
  • Você não se beneficiaria de uma cirurgia adicional;
  • Você é dependente de medicação para dor;
  • Você não tem problemas psicológicos;
  • Você não tem condições médicas que o impeçam de passar pela implantação do dispositivo;
  • Você não é alérgico a nenhum dos medicamentos usados ​​na bomba.

Com o intuito de realizar uma cirurgia bem sucedida, é necessário que o paciente passe por uma avaliação para identificar se eventualmente o dispositivo pode diminuir seu nível de dor ou espasticidade. Durante o diagnóstico, o médico reúne informações sobre a melhor localização para o cateter e o tipo e quantidade de medicação que funciona melhor para você. Se o teste for bem sucedido, você é um bom candidato para a cirurgia.

Referência:
McRoberts PW, Pope J, Apostol C. Reinstituting the Bolus – New Reasoning for an Existing Technique. Pain Physician 2017

Artigo Publicado em: 25 de agosto de 2017 e atualizado em 26 de agosto de 2019

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Última data de revisão: sexta, 26 de abril de 2024