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A cirurgia transesfenoidal para Hipófise é um procedimento comumente utilizado. Em vez de abrir o crânio em uma craniotomia tradicional, o neurocirurgião alcança o tumor através das passagens nasais e do seio esfenoidal.

Esta abordagem menos invasiva permite que o neurocirurgião evite estruturas cerebrais importantes acessando a glândula pituitária por baixo do cérebro. A cirurgia transesfenoidal não deixa cicatriz visível, minimiza o risco de complicações e permite uma recuperação mais rápida.

O que é a Glândula Pituitária?

A glândula pituitária, também conhecida como hipófise, é uma estrutura do tamanho de uma ervilha localizada na base do cérebro, atrás do nariz. Ela desempenha um papel crucial no sistema endócrino, regulando a maioria dos hormônios do corpo, que controlam funções essenciais como crescimento, metabolismo, desenvolvimento sexual e reprodução.

Tumores na hipófise, embora geralmente benignos, podem causar desequilíbrios hormonais significativos e sintomas devido à compressão de estruturas vizinhas, como dores de cabeça e perda de visão.

Cirurgia Transesfenoidal para Hipófise

Antes da cirurgia, o paciente passará por uma série de avaliações, incluindo exames de sangue, testes de função hormonal e exames de imagem, como ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC), para determinar a localização e o tamanho do tumor.

Além disso, o paciente pode ser encaminhado a um endocrinologista para avaliação da função hormonal e orientação sobre medicamentos pré-operatórios. Os pacientes são instruídos a jejuar a partir da meia-noite anterior à cirurgia e podem precisar interromper o uso de certos medicamentos que aumentam o risco de sangramento.

Procedimento Cirúrgico

A cirurgia transesfenoidal é realizada sob anestesia geral e envolve várias etapas:

  • Posicionamento e Preparação: O paciente é colocado deitado de costas na mesa cirúrgica. A cavidade nasal é preparada com solução antibiótica e anti séptica para prevenir infecções;
  • Acesso Nasal: O cirurgião geralmente insere um endoscópio, um tubo fino com uma luz e uma câmera na ponta, através de uma das narinas. Em alguns casos, uma incisão pode ser feita sob o lábio superior para facilitar o acesso;
  • Navegação: Um dispositivo guiado por imagem é colocado na cabeça do paciente, criando um mapa tridimensional que auxilia o cirurgião a navegar através das estruturas nasais até o seio esfenoidal. Esse mapeamento é crucial para evitar danos a estruturas importantes;
  • Abertura do Seio Esfenoidal: Uma pequena porção do septo nasal é removida para acessar a parede do seio esfenoidal. O cirurgião então faz uma abertura na parede óssea posterior do seio esfenoidal para alcançar a sela túrcica, a cavidade óssea que contém a glândula pituitária;
  • Remoção do tumor: A dura-máter, uma camada protetora do cérebro, é aberta para expor a glândula pituitária e o tumor. Usando instrumentos cirúrgicos finos, o neurocirurgião remove o tumor em pequenos pedaços, visualizando o campo operatório através do endoscópio que projeta as imagens em uma tela;
  • Reparo e Fechamento: Após a remoção do tumor, o cirurgião repara a abertura na base do crânio. Um enxerto de gordura retirado do abdômen do paciente é frequentemente usado para fechar a abertura e prevenir vazamento de líquido cefalorraquidiano (LCR). A cola biológica pode ser aplicada para selar e promover a cicatrização.

Pós-Operatório e Recuperação

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Após a cirurgia, o paciente é monitorado na unidade de terapia intensiva (UTI) por um período breve antes de ser transferido para um quarto regular. A recuperação envolve:

  • Monitoramento da Função Hormonal: Exames de sangue são realizados para verificar a função da glândula pituitária. Medicamentos hormonais podem ser prescritos temporariamente ou permanentemente, dependendo da extensão da remoção do tumor e do impacto na função pituitária;
  • Controle de Sintomas: Medicamentos para controlar a dor, náusea e congestão nasal são administrados. O paciente deve evitar atividades que aumentem a pressão intracraniana, como tossir, espirrar, assoar o nariz e fazer esforço durante evacuações;
  • Cuidado com a ferida: Se um enxerto de gordura foi retirado do abdômen, é importante manter a área limpa e seca para evitar infecções. Lavagens nasais com solução salina podem ser recomendados para ajudar na cicatrização e remoção de crostas;
  • Acompanhamento: Consultas de acompanhamento com o endocrinologista e o neurocirurgião são essenciais para monitorar a recuperação e ajustar tratamentos hormonais, se necessário. Exames de imagem adicionais, como ressonância magnética, são realizados para garantir a remoção completa do tumor e avaliar a cicatrização;

Riscos e Complicações

Embora a cirurgia transesfenoidal seja geralmente segura, existem riscos e complicações potenciais, incluindo:

  • Vazamento de LCR: Pode ocorrer um vazamento de líquido cefalorraquidiano através da cavidade nasal, necessitando, em alguns casos, de uma cirurgia adicional para reparo;
  • Meningite: Uma infecção das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal pode ocorrer, especialmente se houver vazamento de LCR;
  • Danos à Glândula Pituitária: A remoção do tumor pode danificar partes normais da glândula pituitária, resultando em deficiência hormonal que pode necessitar de reposição hormonal contínua;
  • Diabetes Insípido: Uma condição que causa micção frequente e sede excessiva devido a danos à parte da hipófise que controla a produção de urina.
  • Complicações Visuais: Os nervos ópticos próximos podem ser danificados, resultando em problemas de visão;
  • Sangramento: Embora raro, o sangramento intenso e persistente pode ocorrer se um grande vaso sanguíneo for danificado.

A cirurgia transesfenoidal é uma técnica eficaz e menos invasiva para a remoção de tumores da glândula pituitária. Com a orientação e o cuidado de uma equipe médica experiente, muitos pacientes conseguem resultados positivos e uma recuperação rápida.

A escolha de um cirurgião com ampla experiência e um centro especializado em hipófise pode melhorar significativamente os resultados cirúrgicos e a qualidade de vida pós-operatória.

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Última data de revisão: quinta, 21 de novembro de 2024