A depressão trata-se do segundo distúrbio mais comum do foro mental: cerca de 1 a cada 20 homens sofrerão um episódio de depressão na vida e o número duplica no gênero feminino. Além de impactar significativamente a saúde física, novas pesquisas afirmam que a depressão afeta o cérebro de quem a tem.
Continue a leitura para compreender como isso acontece e a necessidade de mudar a forma de interpretar, encarar e tratar a doença à medida que ela evolui.
Pessoas que convivem há muito tempo com a depressão (mais de uma década) e não tratam a doença, apresentam uma inflamação cerebral significante em relação aos pacientes depressivos que buscam o tratamento mais cedo.
Embora a depressão não seja considerada uma doença degenerativa, os pacientes que sofrem de depressão persistente apresentam mudanças nos padrões de inflamação cerebral, fator que indica que não se trata de uma condição estática, mas possui um caráter progressivo.
Quanto maior for o tempo de convivência do indivíduo com a depressão, maior será a inflamação do seu cérebro, ou seja, a depressão afeta o cérebro gradativamente de acordo com sua progressão.
Há algum debate sobre quais áreas são afetadas e quanto. Há evidências crescentes de que várias partes do cérebro encolhem em pessoas com depressão. Especificamente, a matéria cinzenta, um tecido com muitas células cerebrais.
Também há evidências de que estas partes do seu cérebro ficam menores:
Os resultados são mistos sobre como a depressão afeta a amígdala, a região cerebral responsável pelo medo.
Quando essas áreas não funcionam da maneira adequada, você pode experimentar:
Os cientistas ainda estão tentando responder a essa pergunta. A depressão contínua provavelmente causa mudanças de longo prazo no cérebro, especialmente no hipocampo. Pode ser por isso que a depressão é tão difícil de tratar em algumas pessoas.
Mas os pesquisadores também encontraram menor volume de massa cinzenta em pessoas que foram diagnosticadas com transtorno depressivo maior ao longo da vida, mas que não tinham depressão há anos.
Embora sejam necessárias mais pesquisas, há esperança de que os tratamentos atuais ou novos possam ajudar a reverter ou evitar algumas alterações cerebrais.
Já sabemos que a depressão é uma doença grave que acomete o cérebro e exige tratamento o mais precocemente possível.
Existe uma série de abordagens eficazes no ramo da psicoterapia para tratamento da depressão: o principal objetivo dessas intervenções é quebrar o ciclo vicioso de negativismo que afeta o cérebro do paciente através de técnicas criteriosamente selecionadas.
Entre as principais estratégias de tratamento para depressão estão:
A prática da meditação pode auxiliar muito no tratamento: ela ajuda a aliviar os quadros de ansiedade e depressão, curar o estresse diário, além de melhorar a atenção, a concentração e o bem-estar físico do indivíduo.
Em alguns casos, os profissionais da saúde julgam necessária a intervenção psicofarmacológica aliada ao tratamento psicoterapêutico. A dosagem, assim como a escolha dos medicamentos, exige prescrição médica.
Se você sofre de depressão, independentemente do tempo que convive com o distúrbio, não hesite em buscar orientações médicas e dar início ao tratamento adequado.
Somente nos casos mais extremos de depressão, em que os tratamentos clínico e medicamentoso não ofereceram resultados satisfatórios ao paciente, esses são encaminhados para os tratamentos cirúrgicos.
As opções de tratamentos cirúrgicos disponíveis são a neuromodulação não invasiva, seguida da eletroconvulsoterapia e, no último degrau da escalada de procedimentos – nos casos em que não foram obtidos bons resultados em nenhum dos tratamentos anteriores – vem a Estimulação Cerebral Profunda (psicocirurgia).
O especialista responsável pela realização da psicocirurgia é o médico neurocirurgião.
Artigo Publicado em: 25 de abril de 2018 e Atualizado em: 17 de junho de 2022
Última data de revisão: ter�a, 03 de dezembro de 2024