Cirurgia para Distonia. Os procedimentos cirúrgicos para distonia evoluíram nas últimas décadas, e nossa compreensão de risco, benefício e fatores preditivos aumentou substancialmente nesse período.
Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre as indicações e realização deste procedimento.
A estimulação cerebral profunda (DBS) é o tratamento cirúrgico mais utilizado. As síndromes distônicas que mostraram redução na gravidade secundária ao DBS são os seguintes tipos de distonia:
A distonia trata-se da terceira desordem do movimento mais comum, ficando atrás apenas da Doença de Parkinson e dos tremores essenciais. A condição é extremamente debilitante e afeta mais de 500 mil pessoas por toda a Europa.
Os pacientes que sofrem de distonia enfrentam com frequência movimentos involuntários, espasmos musculares e contrações. Tais sintomas podem afetar uma ou mais regiões corporais. No caso da distonia cervical, por exemplo, os sintomas atingem os músculos do pescoço. Em alguns casos, o corpo todo do indivíduo é comprometido pela doença.
O tratamento da distonia pode incluir medicamentos, injeções, terapias alternativas (como a fisioterapia) e também procedimentos cirúrgicos.
A distonia cervical é uma condição muito debilitante que provoca sintomas dolorosos e intensos nos pacientes. Embora já existam diversas vertentes de tratamento disponíveis atualmente, incluindo a aplicação da toxina botulínica, essas terapias não são eficazes na erradicação dos sintomas em todos os casos de distonia.
Ao longo da última década, especialistas vêm avaliando a eficácia da técnica cirúrgica denominada estimulação cerebral profunda para pacientes com distonia.
O procedimento, que caracteriza-se basicamente pela implantação de eletrodos no cérebro, é capaz de elevar significativamente a qualidade de vida de quem sofre com a severidade dos sintomas da distonia cervical grave.
Os tratamentos cirúrgicos para a distonia podem ser uma opção para indivíduos cujos sintomas não respondem a medicamentos orais ou injeções de toxina botulínica. Os pesquisadores estão refinando ativamente as técnicas atuais e coletando informações sobre quais pacientes podem se beneficiar mais dos tratamentos cirúrgicos.
Não existe um procedimento cirúrgico único que possa ser aplicado a todas as formas de distonia. Os procedimentos cirúrgicos para a distonia podem ser divididos em duas grandes categorias: cirurgia cerebral e cirurgia periférica. A cirurgia periférica inclui procedimentos que visam outras partes do corpo que não o cérebro.
Tanto no cérebro quanto nos procedimentos periféricos, o objetivo da cirurgia é interromper a comunicação defeituosa entre o cérebro e os músculos que causa movimentos musculares involuntários. A cirurgia pretende tratar os sintomas e melhorar a função, mas não cura a condição subjacente.
Como a distonia é um distúrbio crônico, o tratamento dos sintomas é um processo contínuo e ao longo da vida. Assim como medicamentos e injeções de toxina botulínica geralmente não são soluções singulares para a distonia de um indivíduo, a cirurgia é um componente do manejo total da distonia. A cirurgia não elimina necessariamente a necessidade de formas adicionais de tratamento. No entanto, em muitos casos, a cirurgia melhora a qualidade de vida e reduz a necessidade de medicamentos ou toxina botulínica.
Como todas as intervenções cirúrgicas, as operações para tratar a distonia estão associadas ao risco de certas complicações. O sucesso de qualquer procedimento cirúrgico está fortemente no diagnóstico adequado, na experiência da equipe clínica e na habilidade e arte do cirurgião.
A estimulação cerebral profunda é uma técnica amplamente utilizada no tratamento da Doença de Parkinson, mas ainda pouco utilizada para a distonia. Os pacientes que sofrem com a condição obtêm melhores resultados quando submetidos à técnica cirúrgica mais cedo.
A cirurgia para distonia envolve a implantação de eletrodos, ou seja, fios muito finos, em uma região do cérebro. Tais eletrodos fornecem correntes elétricas para pequenas partes do cérebro, alterando o circuito cerebral anormal e, assim, aliviando os sintomas da distonia.
A colocação do eletrodo DBS no globus pallidus internus mostrou eficácia acentuada na redução da distonia. O núcleo subtalâmico é um alvo emergente, e evidências crescentes sugerem que esse também pode ser um alvo viável na distonia.
No paciente cuidadosamente selecionado, o DBS e os procedimentos de lesão são relativamente seguros e eficazes para o tratamento da distonia.
O especialista responsável pela realização da estimulação cerebral profunda é o neurocirurgião.
É importante ressaltar que a primeira linha de tratamento da distonia continua sendo a aplicação da toxina botulínica e os medicamentos; entretanto, nos casos em que essas vertentes terapêuticas não são eficazes no alívio dos sintomas do paciente, a cirurgia pode ser uma boa opção.
Se você é um desses casos, marque uma consulta com um neurocirurgião e esclareça suas dúvidas em relação à estimulação cerebral profunda. O especialista saberá informar se o procedimento é ideal para você, considerando as especificidades do seu caso.
Referência: UpToDate
Artigo Publicado em: 4 de julho de 2018 e Atualizado em 10 de julho de 2020
Última data de revisão: quinta, 21 de novembro de 2024