Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda: Nova Técnica

Estimulação Cerebral Profunda

A Estimulação Cerebral Profunda (DBS) é um tratamento amplamente utilizado para a doença de Parkinson (DP) avançada, tremor essencial e distonia. Ademais, suas aplicações clínicas para outros distúrbios neurológicos debilitantes estão sendo continuamente exploradas.

Neste artigo, vamos abordar uma nova técnica desenvolvida para melhorar a precisão desta cirurgia, de forma que o paciente não precise permanecer acordado durante o procedimento.

A Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda

A cirurgia de DBS foi realizada pela primeira vez na França, em 1987. Burchiel foi o primeiro cirurgião na América do Norte a realizar a cirurgia, como parte de um ensaio clínico aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), em 1991.

A FDA aprovou a cirurgia para “tremores essenciais” em 1997, e para tremores associados à doença de Parkinson em 2002. A cirurgia tem sido realizada dezenas de milhares de vezes ao longo da última década nos Estados Unidos, na maioria das vezes para o tremor essencial e para a doença de Parkinson. Burchiel e sua equipe já realizaram a cirurgia mais de 750 vezes.

A cirurgia envolve a implantação de eletrodos com fios muito finos no cérebro, conectados a algo parecido com um marca-passo implantado no peito. Então, o sistema estimula o cérebro com o intuito de reduzir significativamente os tremores.

Nas últimas duas décadas, o paciente submetido ao procedimento era obrigado a ficar acordado durante a cirurgia, para que os cirurgiões pudessem determinar se os eletrodos foram colocados nos pontos certos no cérebro, através da monitorização dos sintomas do paciente e de outros feedbacks conscientes.

Esta forma tradicional da cirurgia tinha desvantagens. Muitos pacientes que poderiam ter se beneficiado não estavam dispostos a submeter-se acordados a uma cirurgia que poderia durar de 4 a 6 horas. Havia também uma pequena chance de hemorragia no cérebro quando o cirurgião colocava ou movia os eletrodos para o ponto certo no cérebro.

Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda – O Desenvolvimento da Nova Técnica

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Foi realizado um estudo prospectivo, com objetivo de avaliar a precisão da colocação de eletrodos de estimulação cerebral profunda (DBS), usando orientação por imagem para direcionamento anatômico direto com TC intraoperatória.

Imagens pré-operatórias de RM de 3-T foram mescladas com imagens de TC intraoperatórias para planejamento. Os alvos dos eletrodos eram anatômicos, baseados nas imagens da RM. Um sistema NexFrame montado no crânio foi usado para a colocação do eletrodo, e todos os procedimentos foram realizados sob anestesia geral. Após a colocação do eletrodo, imagens de TC intraoperatórias foram mescladas com imagens de planejamento de trajetória para calcular a precisão.

Resultados do Estudo

A colocação de eletrodos DBS usando um tomógrafo intraoperatório e o NexFrame obtêm uma precisão que é, pelo menos, comparável a outros métodos.

O sucesso e a segurança da nova técnica cirúrgica podem ter amplas implicações para a terapia de estimulação cerebral profunda (DBS), uma vez que a técnica é  cada vez mais utilizada para ajudar uma ampla gama de questões médicas, muito além da doença de Parkinson e dos tremores essenciais.

A nova cirurgia também oferece outra vantagem distinta: os pacientes não precisam estar acordados durante a cirurgia para ajudar os cirurgiões a determinar a colocação dos eletrodos. Um estudo detalhando a nova técnica cirúrgica foi publicado no Journal of Neurosurgery.

Perspectivas para a Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda

A nova técnica utiliza os avanços no campo da imagem cerebral ocorridos nos últimos anos, para colocar os eletrodos com mais segurança e com mais precisão do que na cirurgia tradicional DBS.

A equipe cirúrgica utiliza a tomografia computadorizada durante a própria cirurgia, juntamente com uma ressonância magnética do cérebro do paciente antes da cirurgia, para posicionar precisamente os eletrodos no cérebro, ao mesmo tempo em que busca a prevenção de hemorragias ou complicações decorrentes da inserção do eletrodo.

O artigo do Journal of Neurosurgery traz os dados de 60 pacientes que fizeram a cirurgia DBS durante um período de 18 meses, no início de 2011. Os resultados apontam que o procedimento é seguro, que não houve nenhuma hemorragia ou complicações, e a precisão da colocação de eletrodos é relatada. Burchiel e sua equipe fizeram mais de 140 cirurgias com o novo procedimento desde que o estudo terminou.

Os resultados positivos com a nova técnica DBS podem ter ramificações em outros campos da pesquisa médica. A cirurgia tem se mostrado promissora em ensaios clínicos com pacientes de Alzheimer, com algumas formas de depressão e até mesmo com pacientes obesos. Se os primeiros resultados promissores para estas condições forem confirmados, o número de pessoas que podem ser candidatas à cirurgia DBS pode se expandir muito.

Artigo publicado em: 13/12/2016.

Artigo atualizado em: 05/11/2021.

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Última data de revisão: sexta, 26 de abril de 2024