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A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurodegenerativo progressivo do movimento envolvendo a degradação do trato dopaminérgico no sistema nervoso central (SNC). A dor na doença de Parkinson afeta 40% a 85% dos pacientes, geralmente apresentando-se antes mesmo dos sintomas motores.

Esse é um sintoma não motor comum que pode afetar negativamente a qualidade de vida. A dor relacionada à DP pode ser causada por sintomas motores ou mecanismos separados envolvendo neurotransmissão e percepção da dor.

Neste artigo, saiba mais sobre as intervenções e estratégias para tratamentos atuais e em evolução.

Dor na Doença de Parkinson

A dor é um dos sintomas não motores mais comuns entre as pessoas diagnosticadas com DP. A dor se manifesta precocemente e pode até preceder os sintomas motores.

Os pacientes podem sentir vários tipos de dor ao mesmo tempo, o que pode tornar a avaliação diagnóstica um pouco mais complicada.

Causas

Entre as principais causas para a dor na doença de Parkinson podemos destacar:

  • Indivíduos com Parkinson podem ter maior sensibilidade à dor, o que pode ser resultado de um limiar de nocicepção reduzido que pode ocorrer independentemente do estágio de progressão da doença;
  • Corpos de Lewy, depósitos anormais de proteínas observados na DP, podem afetar áreas do cérebro responsáveis pela percepção da dor e resposta emocional aos estímulos dolorosos;
  • Níveis mais baixos de dopamina podem aumentar a propagação de sinais de estímulos dolorosos, causando hipersensibilidade à dor em pacientes com DP;
  • Durante os períodos “off” (episódios de piora da rigidez, tremores e lentidão, quando o efeito da medicação acaba), os pacientes relatam dor com mais frequência do que quando os sintomas motores são controlados durante os períodos “on”.

Apesar das conexões entre a dopamina e a percepção da dor, nem sempre há uma associação entre aumento dopaminérgico e alterações sensoriais, sugerindo que a dor pode se manifestar independentemente por mecanismos não dopaminérgicos.

Gerenciamento

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Devido aos complexos mecanismos da dor em pacientes com DP, os médicos devem oferecer uma abordagem de tratamento multimodal e centrada no paciente.

Gerenciar as expectativas do paciente é uma pedra angular importante do controle da dor. A literatura demonstra que o envolvimento do paciente em seu próprio cuidado pode melhorar a qualidade de vida.

Métodos não farmacológicos com uma equipe multidisciplinar de dor devem ser utilizados para fornecer tratamento multimodal ideal em pacientes com DP. Algumas das abordagens mais comumente adotadas são:

  • Exercícios de relaxamento muscular e caminhadas regulares podem melhorar a flexibilidade e diminuir as experiências de dor associadas aos sintomas motores;
  • A reabilitação com um fisioterapeuta pode melhorar marcha e equilíbrio, visando a dor causada por sintomas motores;
  • Intervenções cirúrgicas, como estimulação cerebral profunda ou um estimulador de medula espinhal implantado, podem ser apropriadas para pacientes com dor na DP que não respondem a intervenções farmacológicas ou de reabilitação.

A otimização do tratamento com levodopa e outros medicamentos antiparkinsonianos deve ser o primeiro passo farmacológico no manejo da dor relacionada à DP. Além dessa recomendação, nenhuma evidência encoraja o uso de agentes analgésicos. Os pacientes somente devem receber prescrição de analgésicos se a otimização dos agentes dopaminérgicos não for eficaz por si só.

Toxina Botulínica

A toxina botulínica pode ser considerada em pacientes que não respondem à otimização do tratamento dopaminérgico. A injeção de toxina botulínica fornece tratamento localizado bloqueando a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular.

Injeções locais podem ser eficazes especialmente para tratar dor persistente relacionada à distonia e dor central, com base em sua ação neuromuscular em distúrbios do movimento.

Canabinóides

Os canabinóides agem por meio do agonismo do receptor canabinóide, afetando os limiares nociceptivos. Curiosamente, foi relatado que a cannabis atua como um analgésico. A cannabis contém substâncias conhecidas como canabinóides, sendo os principais canabinóides o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). Os efeitos eufóricos da cannabis são mediados pelo THC, o que aumenta potencialmente o risco de exacerbação dos sintomas da DP.

No entanto, o CBD tem como alvo os receptores canabinóides para diminuir a dor sem propriedades psicoativas. Faltam dados clínicos sobre o uso de canabinóides na mediação da dor. Embora haja evidências limitadas para elucidar o impacto dos canabinóides na dor nessa população, pode ser uma opção para pacientes que não responderam às terapias tradicionais.

Opções de tratamento inovadoras estão sendo estudadas para tratar a dor nessa população de pacientes. Não deixe de falar sobre esse sintoma com o seu médico, pois ele pode lhe ajudar no gerenciamento.

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Última data de revisão: quinta, 12 de dezembro de 2024