A Neurocirurgia Endovascular, também conhecida como neurorradiologia intervencionista (INR) e neurorradiologia cirúrgica endovascular (ESNR), consiste numa subespecialidade da Neurocirurgia, em que o tratamento é realizado por meio de cateteres e de guias, que são manipulados à distância, com o auxílio de tecnologias específicas.
Esta abordagem cirúrgica tem o objetivo de evitar grandes incisões e de reduzir o tempo cirúrgico e de internação.
Com a leitura deste artigo, saiba mais sobre este tipo de cirurgia, suas indicações e forma de realização.
Este procedimento, também conhecido como Neurointervenção ou Neuronavegação, pode ser realizado na sala de hemodinâmica ou também no centro cirúrgico. Ele é feito mais comumente por pequenas incisões cirúrgicas na virilha ou no membro superior, sob anestesia local.
A Cirurgia Endovascular é realizada por dentro dos vasos, no tratamento de problemas relacionados à circulação sanguínea, em especial os de coagulação. Assim, os pacientes com AVC isquêmico ou com aneurisma cerebral estão experimentando benefícios com esta abordagem.
A maioria dos procedimentos endovasculares requer apenas uma pequena incisão na pele sobre a artéria femoral da perna para acessar um vaso sanguíneo principal e inserir os cateteres. Isso torna a Neurocirurgia Endovascular uma forma de cirurgia minimamente invasiva – normalmente, menos dolorosa e permitindo um tempo de recuperação mais curto do que a cirurgia tradicional.
Como o sítio cirúrgico dentro do corpo não é visível a olho nu durante a neurocirurgia endovascular, os médicos usam a radiologia para conduzir o procedimento. Técnicas específicas de radiologia incluem fluoroscopia, angiografia de subtração digital e varreduras de imagens computadorizadas de tecidos moles, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassom e outros.
As patologias arteriais que podem ser tratadas pela Neurocirurgia Endovascular são as obstrutivas – em que ocorre obstrução da passagem do sangue – ou as deformidades dos vasos sanguíneos – os aneurismas. Assim, a Neurocirurgia Endovascular pode ser usada para tratar:
Esta subespecialidade da neurologia também promove o tratamento de alguns tumores com grande vascularização.
Doenças venosas, como as flebites, também podem obter benefícios com o tratamento realizado pela técnica, já que, através do cateter, é possível injetar uma substância que dissolve os trombos sanguíneos, possibilitando o retorno do fluxo pelo vaso.
A Cirurgia Endovascular revolucionou não apenas a área vascular. Inúmeros procedimentos podem ser realizados, atualmente, por meio de procedimentos percutâneos e minimamente invasivos. A técnica endovascular é amplamente utilizada no tratamento de casos neurocirúrgicos, promovendo uma melhor recuperação e o bem-estar do paciente.
Dependendo do caso a ser tratado, a indicação de uma Cirurgia Endovascular já pode ser considerada a primeira opção de tratamento. Em pacientes com casos mais graves ou em idosos, para os quais a cirurgia convencional tem contraindicação, esta técnica também oferece mais benefícios.
Durante a realização da Neurocirurgia Endovascular, realizamos um procedimento que lembra o cateterismo cardíaco, introduzindo o aparelho pela virilha ou pelo membro superior. Contudo, em vez de ir para o coração, ele é direcionado ao cérebro, para chegar ao local das lesões.
Nos casos de obstruções, é utilizado o cateter-balão e os “stents” (estrutura metálica que ajuda a manter o vaso no calibre desejado). No tratamento dos aneurismas, são utilizadas as endopróteses: pequenos tubos de plástico inseridos por dentro da artéria.
No AVC isquêmico, por exemplo, o exame de angiotomografia aponta o local do coágulo que deve ser retirado. Com um cateter chega-se ao local, o stent é aberto e sua malha prende-se no coágulo, que será puxado e removido.
O tratamento de Neurointervenção para o aneurisma cerebral pode ser realizado por meio de cirurgia, em que coloca-se um clipe de titânio para isolar o aneurisma do vaso normal.
Mas a técnica de embolização endovascular vem sendo realizada cada vez mais nestes pacientes. Por meio deste procedimento, é possível levar um cateter até o aneurisma, no qual são introduzidas pequenas molas, fazendo-o coagular e cicatrizar.
É importante considerar que esse procedimento é feito em casos selecionados, devendo ser iniciado imediatamente. Dessa forma, a avaliação de um neurocirurgião experiente é de extrema importância na decisão de incorporar este procedimento no plano de tratamento de um paciente.
Você pode ser um bom candidato para neurocirurgia endovascular se precisar de cirurgia para corrigir um problema com os vasos sanguíneos em sua cabeça, mas tem alto risco de complicações devido à outras condições.
Às vezes, fazer um procedimento endovascular em vez da neurocirurgia vascular tradicional pode reduzir o risco de complicações. Seu neurocirurgião poderá ajudá-lo a decidir qual abordagem é a melhor para você.
Referência: Columbia Neurosurgery
Artigo Publicado em: 25 de outubro de 2018 e Atualizado em: 20 de novembro de 2020
Última data de revisão: quinta, 21 de novembro de 2024