Aneurismas Cerebrais. Um aneurisma é uma protuberância em forma de balão em uma parede da artéria. À medida que ele cresce, pressiona as estruturas próximas e pode eventualmente se romper, liberando sangue no espaço subaracnoideo ao redor do cérebro.
Conforme os resultados de um estudo finlandês realizado por pesquisadores da Universidade de Helsinque, aproximadamente três a cada dez aneurismas cerebrais se rompem durante a vida do paciente, resultando em uma hemorragia cerebral.
Com a leitura deste artigo, saiba mais sobre a realização deste estudo e suas conclusões.
À medida que a protuberância do aneurisma cerebral cresce, o vaso sanguíneo fica mais fino e consequentemente mais fraco. Pode tornar-se tão fino que a pressão sanguínea interna pode causar vazamento ou ruptura.
Ao contrário do que acreditava-se anteriormente, o tamanho do aneurisma não tem impacto significativo no risco de sua ruptura.
O estudo estabeleceu que aproximadamente um terço de todos os aneurismas e até um quarto dos pequenos aneurismas irão se romper durante a vida do paciente.
O que mais surpreendeu os pesquisadores foi que o tamanho de um aneurisma tem pouco impacto sobre seu risco de ruptura, particularmente para os homens, apesar de uma correlação presumida anteriormente. Além disso, o risco de ruptura entre homens não fumantes é excepcionalmente baixo.
Este é um estudo único na medida em que monitorizou os pacientes com aneurisma ao longo de toda a vida, enquanto os estudos de acompanhamento típicos duram apenas entre um e cinco anos. O estudo tem também um alcance excepcionalmente amplo; o outro lugar onde um estudo de âmbito semelhante foi realizado foi no Japão.
O risco de vida para a ruptura de um aneurisma cerebral depende fortemente da carga global de fatores de risco do paciente. O número total de fatores de risco individuais é muito importante. Fumar, por exemplo, aumenta o risco de rupturas, particularmente em mulheres, sendo particularmente alto para as mulheres fumantes com aneurismas cerebrais de sete milímetros ou mais de diâmetro.
A origem de um aneurisma cerebral – assim como sua propensão a romper – pode ser variada, com alguns casos congênitos, gênese associada ao uso de tabaco, traumas na região da cabeça e infecções.
A maioria dos aneurismas não apresenta sintomas até que se rompam. A ruptura geralmente ocorre enquanto uma pessoa está ativa, ao invés de adormecida. Os sintomas abaixo indicam a ruptura de um aneurisma e consequente hemorragia cerebral:
Os sangramentos originados pela hemorragia agridem as artérias e causam compressões vasculares. Esta é uma situação bem grave, já que o indivíduo poderá ficar sem irrigação em alguma parte do cérebro, provocando inchaço cerebral e falta de circulação sanguínea, com grave risco de morte para o paciente.
Quando um aneurisma rompe, ele libera sangue nos espaços entre o cérebro e o crânio. Esse espaço é preenchido com líquido cefalorraquidiano (LCR) que banha e amortece o cérebro. À medida que o sangue se espalha e coagula, irrita o revestimento do cérebro e danifica suas células. Ao mesmo tempo, a área do cérebro que anteriormente recebia sangue rico em oxigênio da artéria afetada agora é privada de sangue. Uma hemorragia subaracnoidea (HAS) ameaça a vida com um risco de morte de 40%.
Fechado dentro do crânio rígido, o acúmulo de sangue e líquidos coagulados aumenta a pressão que pode comprimir o cérebro contra o osso. O bloqueio da circulação normal do LCR pode aumentar os ventrículos (hidrocefalia), causando confusão, letargia e perda de consciência.
Uma complicação que ocorre 5 a 10 dias após a ruptura do aneurisma é o vasoespasmo. Os subprodutos irritantes do sangue causam espasmos e estreitam as paredes de uma artéria, reduzindo o fluxo sanguíneo para essa região do cérebro e causando um derrame secundário.
As práticas de cuidados correntes baseiam-se largamente nos resultados de estudos anteriores, mais curtos. Tais estudos mostram que o tamanho do aneurisma é o fator mais significativo predizendo seu risco de ruptura. Consequentemente, aneurismas pequenos (<7mm) têm sido frequentemente deixados sem tratamento, mesmo que tais aneurismas também tenham sido conhecidos por se romper e causar hemorragias cerebrais.
Isso não quer dizer que os aneurismas em homens não fumantes nunca se rompam, mas que o risco é muito menor do que pensávamos, o que significa que tratar um aneurisma que não se rompeu pode ser desnecessário se o paciente for um homem não fumante com pressão baixa.
É difícil realizar pesquisas epidemiológicas confiáveis com aneurismas cerebrais. Nos últimos 10-15 anos temos visto uma distorção no campo devido a um grupo muito limitado de pesquisadores determinando a direção das pesquisas. Agora, a situação está claramente mudando. Estudos baseados em dados de populações estão em alta novamente.
A Finlândia tem uma forte tradição de estudar a prevalência, fatores de risco e tratamentos de aneurismas cerebrais. O Hospital Central da Universidade de Helsinque é uma das principais unidades do mundo no tratamento de aneurismas cerebrais.
Os estudos mais importantes sobre o tema são de pesquisadores finlandeses: o maior estudo sobre hemorragias subaracnoideas entre diabéticos; o estudo mais extenso sobre a expectativa de vida de sobreviventes de hemorragia subaracnoidea e um estudo sobre os fatores de risco para hemorragias subaracnoideas utilizando os dados populacionais mais extensos.
Uma pessoa pode ter um aneurisma sem apresentar sintomas, pois os aneurismas apresentam sintomas somente quando comprimem estruturas próximas a ele ou quando ocorre rompimento, causando sangramentos cerebrais graves. Nesses casos, o problema só pode ser identificado através de exames.
Se você tem algum fator de risco, como tabagismo, diabetes, pressão alta, colesterol elevado e consumo excessivo de álcool, ou teve história da doença em sua família, não importa a idade, procure um neurocirurgião e faça os exames preventivos para confirmar se está tudo bem.
Referência: Mayo Clinic
Artigo Publicado em: 8 de novembro de 2018 e Atualizado em 19 de junho de 2020
Última data de revisão: quinta, 21 de novembro de 2024