Dor Crônica é Emocional? Apesar de todos os avanços alcançados na medicina moderna, muitas são as condições que causam dor crônica. Sabemos que, em muitos casos, não se pode impedir que as dores tornem-se crônicas, e nos perguntamos se a dor crônica é emocional, um sintoma ou uma doença propriamente dita.
Neste artigo, vamos abordar os aspectos Emocionais da Dor Crônica e como lidar com eles.
Atualmente, a dor crônica é a principal causa de incapacidade, especialmente em casos de câncer, de AIDS e de outras enfermidades que acometem órgãos vitais.
Há um crescente interesse e aceitação em fatores psicossociais, e suas correlações com o início e os resultados dos episódios de dor aguda e sua cronificação.
No final dos anos 1950, tornou-se cada vez mais evidente que as explicações sensoriais falharam em explicar certos fenômenos de dor intrigantes (por exemplo, alívio da dor com intervenções placebo e dor do membro fantasma). Em meados do século XX, várias teorias diferentes foram desenvolvidas, a partir de diferentes bases teóricas, para explicar a observação de que os aspectos sensoriais nem sempre se correlacionavam com a dor.
A dor aguda é aquela que surge repentinamente e tem duração limitada. Geralmente, alerta o indivíduo sobre a existência de alguma lesão ou disfunção no organismo, como as provocadas por:
Já a dor crônica é reconhecida após três meses de sofrimento e passa a ser danosa, mesmo que as causas já tenham sido removidas ou tratadas. Esta condição é um tipo de doença em que a dor fisiológica, protetora da nossa integridade física, mantém-se contínua e degradante para as atividades funcionais.
No geral, as dores iniciam-se a partir de aspectos biológicos, mas podem afetar o estado emocional do paciente. Isso ocorre porque, depois de vários meses sentindo aquela dor diariamente, mesmo se não houver mais nenhuma causa biológica para ela, pode ocorrer depressão, ansiedade e pânico.
A cronificação da dor depende de inúmeros fatores. Alguém que sofre intenso estresse social, por exemplo, não tem as mesmas condições de responder à dor que uma pessoa que não encontra-se nesta situação.
A dor intratável, que desafia as explicações orgânicas, era vista como uma defesa contra o conflito inconsciente. A dor emocional é deslocada para o corpo, onde é mais suportável. Por exemplo, a culpa consciente ou inconsciente com a dor servindo como uma forma de expiação, ou o desenvolvimento da dor para substituir sentimentos de perda.
Abordagens psicofisiológicas examinam a influência dos eventos mentais (pensamentos, memórias e emoções) nas mudanças físicas que produzem dor. Por exemplo: modelos gerais de excitação propõem que a excitação frequente ou prolongada do Sistema Nervoso Autônomo (SNA), incluindo contrações musculares prolongadas, geram e perpetuam a dor. Neste sentido, o tratamento com biofeedback e técnicas de relaxamento são projetados para diminuir os níveis de tensão muscular e excitação do SNA e, assim, diminuir a dor.
Além dos aspectos biológicos e psicológicos, a dor crônica pode afetar também a sociabilidade dos pacientes, pois muitos deixam de trabalhar, de viajar e até de sair de casa, devido aos incômodos constantes.
Na dor crônica, os fatores relacionados à frustração e ao sentimento de impotência induzem o paciente a uma maior tendência à depressão e à ansiedade. Por este motivo, pode parecer que a dor crônica é emocional.
Mas isso não quer dizer que ela não exista. A dor psicológica existe porque, uma vez que o sistema biológico está ativo, ele habitua-se em responder do mesmo jeito, porque foi condicionado. Na maioria dos casos, o sofrimento, a percepção da dor e o contexto social, se não alterados, irão retroalimentar esse condicionamento e fixar cada vez mais a mesma resposta.
Um dos fatores para o sucesso no tratamento da dor crônica é, depois de medicado, não deixar que ela seja maior do que você. Portanto, não deixe de viver a vida normalmente durante o tratamento.
O maior “aliado” da dor crônica é o sedentarismo. Por isso, procure um especialista e não deixe de viver a vida normalmente. Exercite-se, viaje, volte ao trabalho e mantenha seus compromissos sociais.
A melhor arma para combater as dores crônicas continua sendo a prevenção. Se as pessoas começassem a se cuidar antes do problema aparecer, incluindo na rotina atitudes simples, como uma postura correta ao sentar ou ao deitar, não ficar na mesma posição por muito tempo, sair do sedentarismo e sempre se movimentar, seria possível prevenir alguns tipos de dores e até mesmo reverter um quadro já estabelecido.
Ao modificar seus hábitos, no entanto, é recomendada uma avaliação médica para evitar danos à saúde, levando em conta o perfil e o histórico do paciente, para saber qual atividade é mais indicada. Está na dúvida sobre o seu tratamento da dor crônica? Marque uma consulta e deixe-nos lhe ajudar.
Referência: Practical Pain Management
Artigo Publicado em: 11 de fevereiro de 2019 e Atualizado em 12 de fevereiro de 2021
Última data de revisão: quinta, 21 de novembro de 2024