Você provavelmente conhece alguém que tem tremor essencial. É a desordem de movimento mais comum, mas a maioria das pessoas que apresentam a condição sequer sabem o seu nome.
O tremor essencial afeta quase 1% da população mundial, aumentando para 4% dentre os que têm mais de 40 anos. O tremor involuntário das mãos é o sintoma mais comum, mas os sintomas também podem incluir tremores da cabeça e das pernas.
Com a leitura deste artigo, saiba mais sobre o Tremor Essencial, como é realizado seu Diagnóstico e quais são as formas de Tratamento.
Uma definição adequada do tremor essencial inclui o tremor simétrico nos dois lados do corpo e o tremor postural. Este ocorre, por exemplo, quando a pessoa segura uma xícara em uma posição fixa no ar. O tremor de ação também é uma manifestação desta patologia.
Esse tipo de tremor melhora com o repouso ou quando o paciente ingere bebida alcoólica.
O tremor essencial tem um grande componente genético: é comum ter famílias numerosas com vários membros afetados. Até recentemente, entretanto, o mecanismo genético por trás da doença permanecia desconhecido.
Pesquisadores do Instituto Neurológico de Montreal, do Hospital da Universidade McGill e da Universidade de Kiel, na Alemanha, lideraram um grande estudo colaborativo internacional que lança nova luz sobre a genética por trás do tremor essencial, em um artigo publicado no Brain Journal, em 21 de outubro de 2016. É o maior estudo sobre a condição até à data.
Estudando dados de um grupo de 2.809 pacientes, os pesquisadores descobriram uma forte correlação entre tremor essencial e um gene conhecido como STK32B. Eles também encontraram outros dois genes correlacionados em menor grau com a doença.
Agora, eles planejam testar ainda mais pacientes para entenderem como esses genes podem contribuir para o desenvolvimento da doença e encontrar outros genes predisponentes.
Uma vez que haja uma compreensão mais completa da base genética do tremor essencial, os cientistas estarão em posição de entenderem melhor os papéis que esses genes desempenham na doença para conceber melhores ferramentas de diagnóstico e tratamento.
Sob o rótulo de tremor essencial, existem diversas doenças, algumas que representam inclusive disfunção cerebelar, mas ainda não se manifestaram totalmente.
Entre as doenças que podem ser confundidas com o tremor essencial estão:
Isso pode ser preocupante, pois cada uma dessas doenças precisa de tratamento específico.
Para grande número dos pacientes, o diagnóstico da condição torna-se um desafio, em parte porque muitas pessoas nessa condição não procuram atendimento médico, acreditando que trata-se de ansiedade ou estresse.
Essas pessoas sofrem com o tremor, mas tendem a fazer o melhor que podem sozinhas, algumas convivendo com o problema por 10-20 anos ou mais.
No entanto, mesmo que o tremor essencial tenha impactos menos graves para a saúde, em comparação com a Doença de Parkinson, por exemplo, ele piora ao longo do tempo e pode ter consequências debilitantes.
Inicialmente, o tratamento do tremor essencial é medicamentoso. De acordo com orientações da Academia Americana de Neurologia, o propranolol, um medicamento usado para o controle da pressão arterial e a primidona, substância usada para o tratamento de convulsões, são os fármacos indicados para o tratamento da condição.
No entanto, nem todas as pessoas com tremor essencial se beneficiam destes fármacos. Quando a medicação não apresenta resultados satisfatórios ou a doença passa a progredir, existem as opções cirúrgicas.
Para as pessoas que não estão se beneficiando com estes medicamentos, a diretriz da Academia Americana de Neurologia indica dois tipos de cirurgia: a estimulação cerebral profunda e a talamotomia.
Como o tremor essencial é o transtorno de movimento mais comum, muitos de seus pacientes não buscam ajuda médica, acreditando não ser motivo para se buscar um tratamento.
Entretanto, com a terapêutica adequada, a qualidade de vida do paciente é mantida por muitos anos ou mesmo pode alcançar melhoras. Converse com o seu médico neurocirurgião de confiança para saber qual tratamento é indicado para o seu caso.
Artigo Publicado em: 1 de novembro de 2018 e Atualizado em: 02 de julho de 2021
Última data de revisão: s�bado, 23 de novembro de 2024