Caracterizada como um dos maiores mistérios da medicina, a Fibromialgia é uma condição física que acarreta dores difusas por todo o corpo e constante sensação de cansaço.
A doença não tem uma causa específica identificada, acomete pessoas entre 30 e 55 anos e está presente em cerca de 10% (dez por cento) da população brasileira, sendo uma taxa seis vezes mais comum em mulheres jovens.
Continue a leitura deste artigo para esclarecer as dúvidas mais frequentes sobre a Fibromialgia, seus sintomas, suas possíveis causas, seu diagnóstico e tratamento.
A Fibromialgia é uma doença reumatológica, que se caracteriza por apresentar dor muscular generalizada, sensibilidade excessiva em algumas áreas do corpo, fadiga, excesso de sonolência, dores de cabeça, depressão e ansiedade.
Em 50% (cinquenta por cento) dos casos, esses sintomas iniciam-se devido a um evento pontual, como traumas físicos ou psicológicos. Na outra metade das ocorrências, não há nenhum fator específico e detectável para o surgimento do quadro clínico.
Indivíduos com histórico familiar para a doença apresentam maiores chances de desenvolver a Fibromialgia do que o restante da população, fato este que sugere uma possível causa genética para a condição.
Não se sabe ao certo as possíveis causas para a Fibromialgia. Porém, algumas teorias atuais, desenvolvidas em pesquisas de grandes centros médicos, apresentam como uma possível causa alterações em áreas cerebrais que são responsáveis pela percepção da dor.
Sendo assim, o paciente com esse quadro clínico tende a ser mais suscetível aos estímulos de dor. Exames mais modernos conseguiram demonstrar que o cérebro do mesmo apresenta um envelhecimento precoce associado à redução da área cinzenta, fato que pode ser uma justificativa para esta sensibilidade exacerbada aos estímulos externos.
Um dos principais sintomas desta patologia é a dor difusa e constante, que envolve:
A dor pode tornar-se pior ao toque. O paciente também pode se queixar de:
Sintomas que parecem não relacionados à doença também podem acometer o paciente. Por exemplo:
O aparecimento de quadros clínicos de depressão e ansiedade também são muito comuns em pacientes que apresentam Fibromialgia.
O grande problema da Fibromialgia é que, apesar da gama de sintomas, a condição não é detectável em exames de imagem ou laboratoriais, como tomografias, ultrassonografias e radiologias.
Neste quadro clínico, as biópsias realizadas nos músculos, ligamentos e tendões também não detectam nenhum tipo de infecção, inflamação, lesão neurológica ou alteração estrutural no paciente.
Por causa dessa lacuna de informações, a doença foi tratada no passado como uma condição psicossomática para algum transtorno mental, só sendo reconhecida como uma patologia física por volta de 1987.
Devido ao fato de nenhum exame médico diagnosticar a síndrome, esses servem para descartar outras condições que apresentam sintomas parecidos com os da doença, como a artrite.
A maioria dos pacientes com esta condição vive anos com os sintomas sem um diagnóstico preciso ser finalmente realizado, o que pode acarretar o sentimento de rejeição médica no paciente, que desiste do tratamento.
Em grande parte, os tratamentos são realizados por uma equipe médica multidisciplinar formada por reumatologistas, fisioterapeutas, psicólogos e psiquiatras. A Neurocirurgia Funcional também está sendo cada vez mais eficaz nesse tratamento.
A equipe de psicólogos e psiquiatras é essencial, pois auxilia o paciente a entender primeiramente do que se trata a doença, seus tratamentos e suas possíveis causas para minimizar pensamentos negativos sobre morte, câncer ou uma condição neurológica grave.
O tratamento se dá à base de medicamentos específicos de ação sobre o sistema nervoso, que buscam controlar os sintomas, como a Amitriptilina, Gabapentina e os antidepressivos e ansiolíticos Escitalopram, Fluoxetina, Sertralina e Paroxetina.
Também são usadas drogas anticonvulsivantes e medicamentos exclusivos para dor, como anti-inflamatórios e analgésicos, apesar de esses últimos não serem tão eficazes no tratamento.
Associar o tratamento medicamentoso a exercícios físicos moderados e técnicas de acupuntura também promove grande melhora.
Nos últimos tempos, três novas drogas foram inseridas para tratar da condição por se mostrarem efetivas. São elas:
Com o tratamento adequado, cerca de 75% (setenta e cinco por cento) dos pacientes com Fibromialgia, em longo prazo, apresentam melhora no quadro clínico e se sentem fisicamente ativos novamente.
Sabemos que a Fibromialgia ainda é uma doença sem cura. Contudo, com tratamento para controle de seus sintomas, podemos melhorar a vida do paciente.
Ao aparecimento dos sintomas iniciais, é importante procurar um especialista em dor rapidamente, pois quanto mais precoce iniciar o tratamento, melhor será a qualidade de vida do indivíduo. Marque uma consulta e tire todas as suas dúvidas.
Artigo Publicado em: 13 de dezembro de 2017 e Atualizado em: 04 de fevereiro de 2022
Última data de revisão: quinta, 21 de novembro de 2024