Neuromodulação na Dor Pélvica. A Dor Pélvica crônica é um termo genérico que captura uma ampla gama de causas para a dor persistente na pelve. Sua ocorrência pode ser devido à: lesão pélvica, cirurgia/procedimentos, infecção ou doença que afeta a área pélvica, a bexiga e os órgãos reprodutivos.

Há vários relatos de uso bem-sucedido da neuromodulação na dor pélvica como tratamento, reduzindo a demanda de analgésicos e de procedimentos cirúrgicos em busca de alívio.

Evidências apontam que a neuromodulação atua afetando o processamento central no cérebro e corrigindo os sinais enviados pelos nervos aos órgãos pélvicos. São esses sinais que podem levar a complicações e a sintomas subjacentes de dor pélvica e de problemas urinários ou intestinais.

Neste artigo, compreenda como a Neuromodulação na Dor Pélvica é realizada e quando ela é indicada.

A Neuromodulação na Dor Pélvica

Tanto a estimulação medular tradicional como a estimulação nervosa periférica/sacral mostraram ser úteis para o tratamento da dor pélvica crônica. Uma vantagem das técnicas neuromoduladoras é que elas são minimamente invasivas e interrompem a dor ao nível do cérebro, da medula espinhal e dos nervos periféricos.

Notavelmente, no recente avanço na estimulação do gânglio da raiz dorsal – um subtipo de estimulação da medula espinhal -, foram relatados casos de redução de dor sem precedentes e de durabilidade da terapia. Dado que a neuromodulação é eficaz, segura, reversível e custo-efetiva, ela está recebendo crescente interesse de pacientes e de provedores de saúde.

A Dor Pélvica Crônica

A dor pélvica é uma condição que pode se manifestar por causas desconhecidas ou como sintoma de outra doença, por exemplo:

  • Síndrome do intestino irritável;
  • Fibromialgia;
  • Síndrome da fadiga crônica;
  • Transtorno de estresse pós-traumático;
  • Depressão.
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Uma rede de nervos abastece ricamente as estruturas que circundam a pélvis, como o cóccix, a região genital, o ânus, o reto e a pele que recobre a região. Qualquer dano a essa área sensível pode potencialmente alterar a arquitetura típica e a via sensorial do sistema nervoso, o que resulta em uma severa dor neuropática.

Alterações mal-adaptativas fazem com que o cérebro interprete estímulos não dolorosos como dolorosos com amplificação significativa. Semelhante a outras condições de dor neuropática, esta condição tende a evoluir. A contribuição do sistema nervoso autônomo nas proximidades faz com que a dor pélvica flutue e se agrave sob estressores emocionais e ambientais. Indivíduos com esta condição podem sofrer silenciosamente, dado o estigma e a história frequentemente complicada.

É importante notar que o diagnóstico de dor pélvica crônica deve ser de exclusão. Antes de considerar a condição, todas as causas anatômicas e fisiológicas devem ser criteriosamente identificadas e tratadas.

O Tratamento da Dor Pélvica Crônica

Estudos descobriram que pessoas com dor pélvica crônica correm maior risco de abusar do uso de analgésicos ou de se submeter a cirurgias para tratar a condição em comparação aos seus pares saudáveis. Infelizmente, estes métodos podem ser ineficazes ou agravantes da dor.

Portanto, o tratamento concentra-se, principalmente, na combinação de medicação para a dor neuropática, fisioterapia e terapia comportamental para controlar os sintomas de maneira conservadora. Os procedimentos intervencionistas também mostraram-se úteis.

Neuromodulação na Dor Pélvica Crônica

A neuromodulação sacral envolve a modulação elétrica de uma raiz nervosa sacral por meio de um eletrodo e de um gerador de pulsos. A raiz nervosa, geralmente a S3 ou a S4, é estimulada com baixa corrente elétrica através deste eletrodo, que está conectado a um estimulador semelhante a um marcapasso cardíaco.

Os estímulos de dor emitidos sobre a medula bloqueiam os impulsos dolorosos que seriam transmitidos ao cérebro. O sistema nervoso interpreta esses sinais como uma sensação de massagem nos pontos expostos aos estímulos, provocando o alívio dos sintomas dolorosos.

A programação dos geradores de impulsos varia de paciente para paciente, de acordo com o local da medula que o médico deseja estimular. As combinações entre polos positivos e negativos, largura de pulso, frequência de estímulos e intensidade de corrente são fatores incluídos nessas variáveis.

Indicações da Neuromodulação na Dor Pélvica

As indicações convencionais para a neuromodulação pélvica são:

  • Retenção urinária,
  • Incontinência urinária,
  • Incontinência anal e
  • Constipação.

Vários estudos também demonstraram resultados promissores na dor pélvica crônica e na disfunção miccional após a cirurgia para endometriose por infiltração profunda.

A indicação do neuroestimulador no tratamento da dor pélvica se dá somente para os casos de pacientes com dores neuropáticas que não obtiveram melhora com nenhuma das demais possibilidades de tratamento, resistentes aos tratamentos multidisciplinares e clínicos.

Quando nenhum dos tratamentos indicados for eficaz no controle de sua dor, procure um neurocirurgião especialista em dor e realize uma avaliação.

Referência: Royal College of Obstetricians and Gynaecologists

Artigo Publicado em: 4 de fevereiro de 2019 e Atualizado em: 22 de janeiro de 2021

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Última data de revisão: quinta, 25 de abril de 2024