A epilepsia é uma doença crônica caracterizada por crises convulsivas espontâneas e repetidas. As convulsões são surtos súbitos de atividade elétrica anormal e excessiva em seu cérebro, e podem afetar sua aparência ou seu comportamento. Onde e como a convulsão se apresenta pode ter efeitos profundos.
Existem várias formas de crises epilépticas, que nem sempre acontecem na forma de convulsão.
Continue a leitura deste artigo e compreenda melhor a epilepsia, seus sintomas e como ajudar uma pessoa durante uma crise epiléptica.
Uma forma simplificada de explicar a epilepsia seria uma maior propensão na ocorrência de alterações temporárias e reversíveis do funcionamento do cérebro, manifestada pelas crises epilépticas.
O cérebro humano pode ser comparado a uma rede elétrica. Essa alteração ocorre quando os neurônios de algumas regiões do córtex cerebral sofrem perturbações que levam ao aparecimento de zonas instáveis, propensas a ser foco de um “curto-circuito”.
Este pode ficar localizado ou propagar-se para outras áreas do cérebro. A ativação de cada uma destas regiões é a manifestação dos sintomas da crise epiléptica.
Já em uma convulsão, o paciente movimenta grosseiramente os membros, desvia os olhos e também ocorre perda de consciência. Um exemplo comum de crise epiléptica não convulsiva é a crise de ausência.
Se o estímulo for forte o suficiente, até mesmo o cérebro de uma pessoa que não possui epilepsia pode reagir de forma que milhões de neurônios transmitam um impulso elétrico simultaneamente.
Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, conduziram um estudo que revelou que o nervosismo está ligado a um aumento no número de convulsões. Segundo a pesquisa, o risco de uma crise aumenta três vezes entre aqueles com ansiedade generalizada e duas vezes para quem tem transtornos de humor.
Foram considerados como fatores estressantes episódios como doença ou morte na família, perda de emprego ou problemas com dinheiro, relacionamentos malsucedidos, lesão física e dificuldades legais, ou seja, condições crônicas e não apenas um dia isolado.
Os sintomas da epilepsia variam dependendo do tipo de crise. Como a epilepsia é causada por certa atividade no cérebro, as convulsões podem afetar qualquer processo cerebral. Os sintomas de convulsão podem incluir:
Às vezes, as pessoas com epilepsia podem ter mudanças em seu comportamento. Eles também podem ter sintomas de psicose.
A maioria das pessoas com epilepsia tende a ter sempre o mesmo tipo de convulsão. Os sintomas, geralmente, são semelhantes de episódio para episódio.
A epilepsia, geralmente, não afeta a inteligência. As dificuldades de aprendizagem podem ocorrer por crises frequentes e prolongadas, por efeitos colaterais dos medicamentos ou por comorbidades, como déficit de atenção, depressão, ansiedade, etc.
Também podem haver comorbidades que prejudiquem a cognição. Entre as doenças mais comuns que podem afetar a pessoa com epilepsia estão déficit de atenção, depressão e ansiedade.
Eventualmente, uma pessoa com declínios cognitivos poderá ter epilepsia, mas isso não significa que a epilepsia seja a causa do problema. Ambos podem ser consequência de um comprometimento cerebral mais amplo.
Como a maioria de nós desconhece a epilepsia, ainda existe um preconceito milenar de que essa doença é transmissível ou mesmo um problema espiritual. Infelizmente, ainda é comum ouvirmos ideias erradas e crenças, especialmente devido ao desconhecimento e ao estigma existente.
Por esse motivo, mais de 70 milhões de pessoas no mundo possuem medo de assumirem publicamente que possuem a doença, tendo dificuldade para participar da vida em sociedade, formar uma família e até conseguir um emprego.
Frequentemente associada ao sentimento de solidão e de isolamento, a epilepsia acaba causando muito mais sofrimento do que a própria crise epiléptica.
Para mudar essa perspectiva, várias iniciativas estão sendo feitas nacionalmente com o objetivo de aumentar a conscientização social sobre essa condição.
Não é incomum as pessoas se assustarem diante de uma crise convulsiva e, em função disso, sentirem-se temerosas em auxiliar. Entretanto, para aquele que sofre a convulsão, a ajuda é de extrema importância para reduzir o risco de lesões em decorrência da perda brusca da consciência, com queda desprotegida ao chão, por exemplo. Veja, a seguir, algumas recomendações:
Cerca de 20% a 30% dos pacientes com epilepsia submetidos a medicamentos, mesmo a altas doses, persistem com as crises de convulsão. Nesses casos, fazemos uma investigação detalhada para detectar a origem ou o foco epileptogênico.
A dieta cetogênica também pode ajudar a controlar a frequência das crises epilépticas através da alimentação rica em gordura e com restrição de carboidratos no cardápio.
Algumas patologias podem ter um tratamento específico, com uma micro-secção neurocirúrgica. A estimulação do nervo vago é uma opção moderna e bem menos invasiva, pois configura uma cirurgia extracraniana.
Se a epilepsia não responder a essas formas de tratamento, podemos considerar a estimulação cerebral profunda (DBS). Nesse tratamento, são implantados pequenos eletrodos no cérebro para ajudar a controlar as convulsões.
O tratamento com DBS pode não parar completamente suas convulsões, mas deve reduzir a quantidade e a intensidade das crises convulsivas.
A estimulação cerebral profunda é apenas um tratamento possível para a epilepsia de difícil controle. Converse com seu médico sobre todas as suas opções. Certifique-se de saber como a DBS pode ajudar sua epilepsia e quais são os riscos antes de fazer o procedimento.
Artigo Publicado em: 4 de outubro de 2018 e Atualizado em: 21 de julho de 2023
Última data de revisão: s�bado, 14 de dezembro de 2024