A estimulação cerebral profunda é a técnica cirúrgica mais eficiente no tratamento da Doença de Parkinson. O procedimento garante eficácia no controle dos sintomas da doença quando realizada adequadamente e sob indicação. Apesar de ser uma intervenção segura, sua execução é bastante complexa.
Continue a leitura deste artigo para saber mais sobre a cirurgia para Parkinson por meio da Estimulação Cerebral Profunda, suas indicações, sua realização do procedimento e seus benefícios.
Os sintomas predominantes da Doença de Parkinson são os motores, que incluem rigidez muscular, tremor e lentidão para executar movimentos. A estimulação cerebral profunda reduz cerca de 70% dos sintomas da doença, incluindo os motores e não motores, resultando em uma melhoria significativa da qualidade de vida destes pacientes.
O tratamento de estimulação cerebral profunda consiste em uma microestimulação elétrica contínua em pontos estratégicos do cérebro durante anos a fio e sem interrupções. A corrente elétrica utilizada é bem pequena e os pontos focais são, geralmente, profundos.
Apesar de não possibilitar a cura do Parkinson, essa técnica inovadora garante resultados positivos nos estágios mais avançados da doença. Entretanto, o tratamento principal continua sendo o medicamentoso: a cirurgia é indicada somente nas formas de Parkinson resistentes aos medicamentos.
O procedimento da estimulação cerebral profunda consiste na implantação de fios especiais de material metálico muito finos, denominados eletrodos, em pontos específicos do cérebro. Tais eletrodos são conectados a um neuroestimulador, uma espécie de microchip, chamado popularmente de marca-passo. Todo o sistema fica debaixo da pele, nada é exposto.
No centro cirúrgico, sob anestesia local e sedação leve, pequenas incisões são feitas na região frontal do paciente para a implantação dos eletrodos. Em seguida, o paciente recebe uma anestesia geral superficial para passagem das extensões e implantação da bateria.
O aperfeiçoamento recente da estimulação cerebral permitiu que a técnica de implantação fosse realizada simultaneamente dos dois lados do cérebro do indivíduo. Consequentemente, o tempo e o custo da intervenção diminuíram, e a segurança do procedimento aumentou.
O procedimento dura cerca de 40 minutos e, na maioria dos casos, não há necessidade de o paciente permanecer na UTI.
Alguns dias após a realização da estimulação cerebral profunda, o paciente deve estar apto a voltar para casa e a cicatrização das incisões se prolongará por várias semanas.
É comum que o paciente sinta dor ou desconforto nas regiões onde foram realizadas as incisões; nesses casos, ele deve seguir as orientações da equipe de cuidados em relação ao controle desses sintomas com medicação. O dispositivo é ativado após a primeira sessão de programação.
Após a cicatrização completa do procedimento cirúrgico, a programação é iniciada com o objetivo de controlar os sintomas da Doença de Parkinson.
O paciente deve participar de várias sessões de programação e acompanhamento, onde são feitos os ajustes necessários para garantir que a estimulação cerebral profunda continue sendo eficaz no controle dos sintomas do Parkinson, conforme sua progressão.
A técnica de estimulação cerebral é completamente reversível. Caso o especialista julgue necessário, todo o sistema pode ser desligado, substituído ou removido do corpo do paciente.
Durante o processo de reabilitação da cirurgia, o paciente deve seguir as orientações da equipe médica em relação a algumas restrições – que incluem atividades rigorosas, levantamento de objetos pesados, determinados movimentos de flexão, movimentos bruscos, etc.
É necessário que o paciente tenha muito cuidado na realização de suas atividades diárias durante o período de reabilitação, evitando ao máximo acidentes e quedas que possam danificar o sistema implantado de estimulação cerebral profunda e acarretar em uma cirurgia adicional para substituição dos componentes danificados.
Além de minimizar cerca de 70% dos sintomas motores e não motores da Doença de Parkinson, a estimulação cerebral profunda também potencializa o efeito do tratamento medicamentoso.
Os pacientes parkinsonianos que passam pelo procedimento cirúrgico reduzem, em média, 50% das medicações ingeridas anteriormente, minimizando, consequentemente, os efeitos colaterais advindos do tratamento medicamentoso prolongado.
A cirurgia também beneficia o equilíbrio, a marcha e a fala do paciente. Assim, o tratamento permite que o indivíduo leve uma vida mais ativa, pratique exercícios físicos e terapias de reabilitação, hábitos que refletem positivamente em sua qualidade de vida, autonomia e bem-estar.
Como dito anteriormente, a indicação da estimulação cerebral profunda se dá predominantemente sobre os pacientes que não se beneficiam do tratamento medicamentoso.
Para identificar os pacientes que de fato necessitam da realização do procedimento, é importante que seja feita uma triagem pelo especialista. O médico responsável pela execução da estimulação cerebral profunda é o neurocirurgião.
Respondendo ao questionário a seguir, é possível identificar se você pode ser um bom candidato para DBS:
Se você sofre de Mal de Parkinson e os sintomas vêm comprometendo suas atividades cotidianas e sua qualidade de vida, sem resposta às medicações, talvez a estimulação cerebral seja a opção adequada de tratamento. Marque uma consulta com o neurocirurgião de sua confiança e descubra se você pode se beneficiar desse procedimento.
Artigo Publicado em: 9 de maio de 2018 e Atualizado em: 08 de julho de 2022
Última data de revisão: quinta, 21 de novembro de 2024