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A dor pós-câncer é um sintoma comum entre pessoas que enfrentam a doença. Pesquisas indicam que cerca de 90% dos pacientes britânicos relatam dor neuropática periférica de grande intensidade induzida pela quimioterapia. O sintoma pode ter relação tanto com a doença quanto com seu tratamento, e sua prevalência impacta negativamente na qualidade de vida do paciente.

Neste artigo, compreenda em que consiste a dor pós-câncer, suas causas, tratamento e estratégias para lidar com este sintoma.

Em que Consiste a Dor Pós-Câncer

O tratamento do câncer tem como objetivo curar ou aliviar os sintomas provocados pela doença. Os tratamentos medicamentosos, cirúrgicos e radioterápicos podem originar dores neuropáticas. A intensidade e duração dessas dores variam de paciente para paciente, devido a diversos fatores.

A dor se manifesta nos pacientes durante a fase de diagnóstico, ou após a disseminação do câncer. O sintoma pode agravar ainda outros aspectos da doença, tais como: fadiga, fraqueza, depressão, ansiedade, confusão mental, falta de ar, entre outros.

Quais os Tipos de Dor Pós-Câncer

A dor pós-câncer é classificada entre aguda, crônica ou mista. A dor aguda é decorrente da infiltração tumoral de plexos nervos e danos ao tecido neural.

Já a dor crônica caracteriza-se por uma dor com surgimento e progressão lentos, acompanhados de lesões teciduais e persistentes. A origem desse tipo de dor é mais difícil de ser identificada: o uso de medicamentos quimioterápicos, lesões nervosas pós cirurgia ou pós radioterapia são as principais causas.

A dor mista trata-se da associação entre dores somáticas e neuropáticas.

Causas

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A origem da dor pós-câncer pode ser o próprio tumor ou o tratamento da doença.

  • Tumor – Nos casos em que o tumor cresce e se dissemina para o osso ou para outro órgão, ele pode pressionar os nervos e danificá-los, causando dor. Se o tumor cresce em torno da medula espinhal, pode provocar compressão na região, causando uma dor intensa e até paralisia, quando não devidamente tratada.
  • Cirurgia para Remoção do Câncer – Os sintomas dolorosos após a cirurgia para remoção do câncer são comuns, e geralmente desaparecem espontaneamente. Entretanto, em alguns casos, a dor pode persistir por meses e até mesmo anos após o tratamento.
  • Radioterapia – Assim como no caso da cirurgia, a dor também se manifesta comumente após o tratamento radioterápico do câncer, e normalmente desaparece espontaneamente, salvo em alguns casos em que a dor persiste durante meses ou anos.
  • Quimioterapia – A dor pode ser ocasionada pelo tratamento quimioterápico, acompanhada de dormência nos dedos das mãos e dos pés. Geralmente os sintomas desaparecem com o fim do tratamento, mas em alguns casos o dano permanece.

Diagnóstico

Para diagnosticar a dor pós-câncer, o profissional da dor deve ouvir atentamente a descrição dos sintomas dolorosos do paciente, em relação a sua localização, intensidade e duração.

O acompanhamento médico é essencial no controle efetivo da dor a longo prazo: em alguns casos, ajustes no tratamento são necessários.

Tratamento

Existem diversas estratégias de tratamento para controle da dor, e a indicação varia de acordo com a classificação e origem da mesma. A dor de leve a moderada é tratada com analgésicos, enquanto a de moderada a grave é tratada com opioides.

Os medicamentos podem ser ingeridos via oral, sublingual, subcutânea, intravenosa, retal ou através da espinha dorsal. A administração varia conforme o estado geral do paciente. Efeitos colaterais do tratamento medicamentoso para controle das dores são comuns.

É fundamental seguir à risca as prescrições médicas em relação aos horários regulares de ingestão dos medicamentos: tal fator é determinante na eficácia do tratamento. Hábitos de relaxamento, tais como meditação ou ioga, podem contribuir para o controle da dor, para redução da tensão muscular e da ansiedade.

Apesar da gama de possibilidades de tratamento para alívio da dor, muitos pacientes não se beneficiam desses recursos, simplesmente pelo fato de não partilharem seus sintomas com os profissionais da saúde e não obterem as orientações adequadas.

Como Lidar com a Dor Pós-Câncer

Embora a dor pós-câncer nem sempre possa ser totalmente aliviada, existem maneiras de torná-la menos grave e permitir que você faça muitas de suas atividades normais:

  • Converse com sua equipe médica sobre sua dor – onde está, quando começou, quanto tempo dura, como é, o que pode aliviar ou agravar o sintoma e como isso afeta sua vida;
  • Se os analgésicos prescritos não funcionarem conforme o esperado, informe seu médico;
  • Classifique sua dor usando uma escala de classificação de dor, que você pode conhecer melhor neste artigo. Você pode usar essa escala para explicar sua dor a outras pessoas ou ao seu médico;
  • Tome seu remédio para dor exatamente como prescrito;
  • Conforme a dor vai sendo reduzida com o uso dos medicamentos, aumente seu nível de atividade.

Tomando seus Medicamentos Adequadamente

  • Não espere até que a dor seja intensa antes de tomar o remédio;
  • Evite interromper repentinamente qualquer medicamento para dor. Em vez disso, reduza a dose lentamente à medida que a dor diminui;
  • Algumas pessoas sentem náuseas mesmo quando estão tomando a dose certa de remédio para dor. Se o remédio para a dor fizer com que você se sinta mal, pergunte à sua equipe de tratamento sobre como alterá-lo ou tentar algo para controlar a náusea;
  • Alguns remédios para dor deixam você com sono ou tontura. Isso geralmente melhora depois de alguns dias, mas você pode precisar de ajuda para levantar ou andar. Não tente dirigir ou fazer algo perigoso até ter certeza dos efeitos;
  • Não esmague ou quebre seus analgésicos, a menos que você obtenha a aprovação de seu médico. Se os medicamentos estiverem na forma de liberação controlada, tomar o conteúdo de cápsulas abertas pode ser perigoso;
  • Se os remédios para dor não estiverem controlando sua dor, pergunte à sua equipe sobre outras medidas e peça para consultar um especialista em dor;
  • Mantenha pelo menos um suprimento de uma semana de medicamentos para dor à mão. A maioria dos remédios para dor não pode ser comprada de forma remota, então você precisará de uma receita por escrito.

O que Seu Cuidador Pode Fazer

  • Observar o paciente quanto a sinais de dor e questionar sobre dor se notar caretas, gemidos, tensão ou relutância em se mover na cama;
  • Oferecer banhos quentes ou compressas quentes em áreas doloridas. (Evite áreas onde a radiação foi fornecida.) Se isso não ajudar, você pode tentar gelo ou compressas frias. Massagem ou pressão suave também podem ajudar em alguns tipos de dor;
  • Observar se há confusão e tontura, principalmente após iniciar um novo medicamento ou alterar a dose;
  • Ajudar o paciente a andar até saber que ele pode fazer isso sozinho e com segurança;
  • Sugerir atividades agradáveis ​​para distrair o paciente;
  • Planejar atividades para quando o paciente estiver mais confortável e acordado;
  • Oferecer bastante líquido e alimentos com fibras;
  • Se o paciente parecer esquecido, acompanhar o uso dos medicamentos para a dor, a fim de evitar excesso ou subdosagem;
  • Ajudar o paciente a prevenir a constipação, um efeito colateral de alguns analgésicos;
  • Conversar com a equipe de tratamento para entender quais medicamentos são para dor e como cada um deve ser usado.

Se você sofre de sintomas dolorosos pós-câncer, marque uma consulta com um especialista da dor e dê início ao tratamento adequado.

Referência: Mayo Clinic

Artigo Publicado em: 28 de março de 2018 e Atualizado em 16 de abril de 2020

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Última data de revisão: domingo, 15 de dezembro de 2024