A Epilepsia em Pacientes Idosos vem apresentando uma maior incidência. Com um aumento progressivo na expectativa de vida, esta é a faixa etária de mais rápido crescimento de pacientes com epilepsia. O tratamento nesta população é dificultado pela presença de alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, às comorbidades e aos problemas cognitivos, além de preocupações quanto às interações medicamentosas e adesão ao plano medicamentoso.
Dessa forma, a Cirurgia de Epilepsia pode ser uma abordagem terapêutica considerada, especialmente, nos casos em que há baixo risco de complicações. Continue a leitura para compreender melhor a indicação deste procedimento.
A maioria dos estudos sobre o assunto, considera a idade de 65 anos como uma linha de demarcação para considerar uma pessoa como sendo idosa. No entanto, do ponto de vista médico, o envelhecimento é um processo gradual e há uma variação considerável na idade em que uma pessoa manifesta as mudanças fisiológicas consistentes com o envelhecimento.
Além disso, pessoas com mais de 65 anos são um grupo heterogêneo. Com mais pessoas vivendo em seus 90 anos e além, os idosos com epilepsia podem ser divididos com base no estado de saúde: pacientes apenas com epilepsia, pacientes com epilepsia e múltiplas comorbidades médicas, e idosos em condições de saúde mais frágeis. Há também uma diferença entre os idosos que vivem de forma independente e aqueles que vivem em lares de idosos.
A epilepsia tem maior probabilidade de se desenvolver em adultos mais velhos porque alguns fatores de risco para epilepsia são mais comuns nesta faixa etária, como:
Os pacientes mais velhos geralmente apresentam convulsões focais, com auras e manifestações motoras menos proeminentes, e maior duração da confusão pós-crise – em comparação aos pacientes mais jovens. A ocorrência de estado de mal epiléptico é comum e tem alto índice de mortalidade.
A causa específica mais comum para a epilepsia em idosos é a doença cerebrovascular, mas esta ainda permanece desconhecida em muitos pacientes.
Nem sempre é fácil saber quando você ou alguém de quem você cuida desenvolve epilepsia mais tarde na vida. Isso ocorre porque as convulsões podem ser difíceis de reconhecer em adultos mais velhos e podem passar despercebidas.
Por exemplo, problemas de memória, confusão, quedas, tonturas ou alterações sensoriais, como dormência, são frequentemente atribuídos ao “envelhecimento”. No entanto, às vezes, podem realmente ser sinais de convulsões.
Existem muitos sinais diferentes de convulsões, porque existem muitos tipos de convulsões. A crise em que uma pessoa cai no chão, treme e perde a consciência do que está acontecendo ao seu redor é um tipo de convulsão, mas não é o mais comum. Mais frequentemente, uma pessoa tendo uma convulsão pode:
Quando esses sinais ocorrem mais de uma vez, e geralmente no mesmo padrão, podem ser sinais de convulsões.
Se um idoso estiver apresentando esses sinais, é importante que ele converse com um profissional de saúde.
O diagnóstico pode ser desafiador devido a vários fatores, como diferenças na apresentação clínica e causas em comparação com pessoas mais jovens, presença de outras condições médicas associadas e dificuldades cognitivas numa proporção significativa de pacientes.
As convulsões podem ser controladas na maioria dos pacientes com baixas doses de um único medicamento antiepiléptico, mas a tolerabilidade é um fator importante na seleção deste fármaco, já que pacientes idosos tendem a ser altamente sensíveis a efeitos colaterais.
A intervenção cirúrgica pode ser uma opção atraente para pacientes idosos com epilepsia, particularmente para pacientes clinicamente intratáveis com características-chave da doença, como lateralização e focos epilépticos precisamente localizados.
Procedimentos curativos, incluindo lobectomia e lesionectomia, são mais propensos a levar à liberdade de convulsão, mas nem todos os pacientes são candidatos a tais procedimentos. Quando um procedimento cirúrgico curativo não é uma opção, outros procedimentos, incluindo a estimulação do nervo vago e a estimulação cerebral profunda, podem ser opções viáveis.
Foi relatado que a estimulação do nervo vago reduz as taxas de convulsão e melhora a qualidade de vida em pacientes idosos com epilepsia. Atualmente, a aplicação terapêutica generalizada de estimulação cerebral profunda é limitada por riscos, custos e estudos pendentes.
A maioria dos pacientes idosos com epilepsia não apresenta convulsões ou complicações após passar por uma cirurgia de epilepsia. Pacientes com idade mais avançada de início de epilepsia, menor tempo de epilepsia ou idade mais avançada no momento da cirurgia possuem maior chance de não apresentar convulsões.
A abordagem cirúrgica para epilepsia pode ser considerada naqueles pacientes idosos com epilepsia parcial resistente a medicamentos. Um diagnóstico diferencial extremamente cuidadoso também deve ser realizado, no sentido de excluir condições como síncope, ataques isquêmicos transitórios, amnésia global transitória, enxaqueca confusional, intoxicação, infecções, distúrbios metabólicos, distúrbios do sono, distúrbios psiquiátricos e demência, que podem apresentar manifestações semelhantes.
Referência: Journal of epilepsy research
Artigo Publicado em: 18 de fevereiro de 2019 e Atualizado em: 05 de fevereiro de 2021
Última data de revisão: quinta, 21 de novembro de 2024
1 Comentário
Boa noite,
Vcs tem experiência na fibromialgia? Qual o tipo de tratamento e método utilizado? O tratamento é multidisciplinar?