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Neurocirurgia no Acidente Vascular Cerebral. O Acidente Vascular Encefálico (AVE) também é conhecido como derrame ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele consiste numa disfunção neurológica, que resulta na interrupção do abastecimento de sangue no encéfalo, sistema formado por vários órgãos que compõem a caixa craniana, como o cérebro, o cerebelo, o bulbo raquidiano, o tronco cerebral, entre outros.

A atuação da Neurocirurgia no acidente vascular cerebral é muito importante, tanto na fase aguda, em que são necessários procedimentos para desobstruir o vaso sanguíneo ou para conter o sangramento, quanto durante a recuperação do paciente, com as técnicas de neuromodulação que podem ajudar no tratamento das sequelas.

Veja, neste artigo, mais informações sobre essas abordagens terapêuticas.

Neurocirurgia no Acidente Vascular Cerebral

Quando o AVC é tratado de maneira rápida e adequada durante sua fase aguda, a probabilidade de o paciente não ter nenhuma sequela é grande. Por esse motivo, o tempo é fator fundamental no sucesso dos procedimentos para minimizar as sequelas do acidente vascular cerebral.

Depois de passada a fase aguda (onde buscamos limitar os danos causados pelo AVC), passamos para um tratamento profilático para evitarmos novos eventos, e de tratamento das sequelas.

O mais observado pelo paciente e por sua família, justamente por ser o mais visível, são as alterações motoras. Contudo, entre 40% e 50% dos pacientes vítimas de AVC têm dor crônica, que também pode ser tratada por técnicas de neuromodulação.

Tratamento na Fase Aguda do AVC

Os protocolos de tratamento dependem de qual é o tipo de AVC que o paciente sofreu. Os AVCs podem ser isquêmicos (por falta de sangue em alguma região do encéfalo) ou hemorrágicos (sangramento em algum ponto do encéfalo). Nos dois casos, ocorre um desabastecimento de sangue neste conjunto de órgãos.

Quando o AVC é do Tipo Isquêmico

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Estão sendo desenvolvidos novos protocolos de tratamento para pacientes com AVC isquêmico, que poderão minimizar a possibilidade de sequelas.

A Trombectomia endovascular é um procedimento neurocirúrgico que, com o auxílio de um stent, retira o coágulo que está impedindo a circulação cerebral, com grande eficácia, principalmente, quando a oclusão aguda ocorre em grandes vasos, como a artéria carótida interna.

As recomendações das principais Sociedades Científicas de AVC já integram esta técnica na abordagem terapêutica do AVC isquêmico agudo, salientando que esta seja realizada em centros diferenciados e que a decisão de trombectomia mecânica seja multidisciplinar, já que nem todos os pacientes são elegíveis para este tratamento.

Quando o AVC é do Tipo Hemorrágico

Em relação ao AVC hemorrágico, este geralmente requer cirurgia para aliviar a pressão intracraniana causada pelo sangramento. O tratamento cirúrgico para AVC hemorrágico causado por um aneurisma ou por um vaso sanguíneo defeituoso pode prevenir AVCs adicionais.

A cirurgia pode ser realizada para selar o vaso sanguíneo defeituoso e redirecionar o fluxo sanguíneo para outros vasos que fornecem sangue para a mesma região do cérebro.

Seguimento do Paciente Após a Fase Aguda

Mesmo que cada paciente tenha suas particularidades, as sequelas de um AVC prejudicam a capacidade física e também o estado emocional do paciente. Por isso, é tão importante reconhecer os principais sinais de alerta, para que o paciente seja atendido pela equipe médica dentro da “janela terapêutica”.

Pessoas que tiveram um AVC necessitam de acompanhamento a longo prazo e de monitoramento para garantir que eles adotem estratégias preventivas e controle adequado dos fatores de risco. Além de terapia dirigida para otimização de suas atividades de vida diária, mobilidade, espasticidade, dor, continência, comunicação, humor e cognição.

Inicialmente, optamos pelos medicamentos, antes de buscar terapêuticas mais invasivas, como as infiltrações e, por fim, os tratamentos neuromodulatórios.

Embora essas abordagens terapêuticas não recuperem os danos cerebrais, elas podem melhorar consideravelmente a capacidade funcional, levando a uma melhor qualidade de vida.

Diferença entre Acidente Vascular Cerebral e Aneurisma Cerebral

O acidente vascular cerebral (AVC) é caracterizado por um distúrbio na circulação cerebral, levando a uma redução de oxigênio nas células cerebrais adjacentes ao local.

Já o aneurisma cerebral é uma dilatação anormal de uma artéria do cérebro, que pode levar à sua ruptura no local enfraquecido e dilatado. Nesse caso, ocorre um AVC hemorrágico. Quando o aneurisma cerebral não rompe, pode haver formação de pequenos coágulos, levando a sintomas de AVC isquêmico.

Atuação da Neurocirurgia no Tratamento do Aneurisma Cerebral

O aneurisma cerebral também é tratado, em sua fase aguda, pela atuação da Neurocirurgia. Tradicionalmente, este é realizado através da colocação de um clipe metálico que exclui a passagem de sangue para o interior do aneurisma.

Este procedimento é realizado por meio de craniotomia: uma pequena abertura no crânio. O cérebro não é cortado, apenas localizamos a artéria com aneurisma, que geralmente se encontra na região abaixo do cérebro, para que ela seja tratada.

A técnica de embolização endovascular do aneurisma cerebral possibilita uma abordagem terapêutica mais segura e eficaz, com menores taxas de morbidade e de mortalidade.

Mas, é importante considerar que a melhor escolha terapêutica entre as modalidades cirúrgica ou endovascular, tanto para os casos de AVC quanto de aneurisma cerebral, deverá ser analisada pelo médico especialista, levando-se em conta o melhor tipo de abordagem para cada tipo de lesão e as condições do paciente.

Referência: Journal of Cerebrovascular and Endosvascular Neurosurgery

Artigo Publicado em: 18 de outubro de 2018 e Atualizado em 06 de novembro de 2020

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Última data de revisão: quinta, 21 de novembro de 2024