Denominamos Síndrome Extrapiramidal os sintomas causados por distúrbios nas vias nervosas que são utilizadas para controlar os movimentos voluntários. Entre as condições que apresentam sintomas extrapiramidais temos a Doença de Parkinson, as distonias, ou mesmo, o efeito colateral de medicamentos neurolépticos ou antipsicóticos.
Os sintomas extrapiramidais são debilitantes, interferindo no funcionamento social e na comunicação, nas tarefas motoras e nas atividades da vida diária. Isso, geralmente, está associado à baixa qualidade de vida e ao abandono da terapia, o que pode resultar em recaída da doença e re-hospitalização, particularmente, em pacientes esquizofrênicos que interrompem a terapia farmacológica.
Com a leitura deste artigo, saiba mais sobre as Síndromes Extrapiramidais, seus sintomas e as formas de tratamento.
As síndromes extrapiramidais caracterizam-se, principalmente, por movimentos anormais não intencionais.
Dentre os quadros clínicos apresentados estão:
Os efeitos colaterais extrapiramidais, comumente referidos como distúrbios do movimento induzidos por drogas, estão entre os efeitos adversos mais comuns de medicamentos que os pacientes experimentam com os agentes bloqueadores do receptor de dopamina.
Agentes bloqueadores do receptor de dopamina de ação central, ou seja, os antipsicóticos de primeira geração, são os medicamentos mais comuns associados aos sintomas extrapiramidais.
Outros agentes que bloqueiam os receptores dopaminérgicos centrais também foram identificados como causadores destes sintomas, incluindo antieméticos (metoclopramida, droperidol e proclorperazina), lítio, inibidores da recaptação da serotonina, estimulantes e antidepressivos tricíclicos. Em raras situações, antivirais, antiarrítmicos e ácido valproico também foram implicados.
As vias extrapiramidais incluem estruturas nervosas supra-espinhais, que exercem influência sobre os neurônios motores da medula espinhal, no entanto, sem passar pelas pirâmides bulbares: um grupo de neurônios no córtex cerebral que lembra a figura de uma pirâmide.
Suas principais estruturas são o tálamo, o cerebelo, os gânglios da base, a substância negra e o núcleo subtalâmico.
O tálamo integra diferentes estruturas do sistema piramidal motor, como o córtex motor, constituído fundamentalmente por substância cinzenta.
As consequências da perturbação do sistema extrapiramidal encontram-se em uma variedade de problemas que são, geralmente, considerados sob quatro títulos principais:
Uma síndrome extrapiramidal pode acontecer como consequência de lesões nos neurônios motores. As lesões talâmicas – principalmente, as vasculares e as tumorais – são as mais frequentes, estando presentes em diversas síndromes clínicas.
A degeneração da substância negra, como ocorre na Doença de Parkinson, é uma das principais causas para sintomas extrapiramidais. Os movimentos involuntários, o sintoma mais comum da patologia, são provocados pela perda dos neurônios motores, que funcionam, principalmente, por ação da dopamina, um neurotransmissor relacionado aos pensamentos, à liberação de prolactina e aos movimentos.
Pacientes que consomem antipsicóticos de primeira geração, como o haloperidol, também podem apresentar esses sintomas. Substâncias como a metoclopramida e a bromoprida, administradas, geralmente, no pronto-socorro em crises de enxaqueca, refluxo e intoxicações alimentares, podem causar a reação extrapiramidal, em que o paciente apresenta os mesmos sintomas.
O tratamento farmacológico para uma síndrome extrapiramidal pode ser realizado com diferentes substâncias, de acordo com os sintomas apresentados.
A Doença de Parkinson costuma responder bem a derivados de levodopa, agonistas dopaminérgicos e anticolinérgicos.
Para as distonias e os tremores não associados à Doença de Parkinson, o tratamento farmacológico também é sintomático. As substâncias anticolinérgicas costumam ser as mais efetivas, embora os agonistas gaba também possam ser utilizados, sendo efetivos na redução da postura distônica exacerbada e na melhora da ansiedade.
Existe ainda, a opção de tratamento farmacológico de ação local para as distonias. Esta abordagem terapêutica consiste em injeções subcutâneas ou intramusculares de toxina botulínica, que na maioria dos casos, têm apresentado bons resultados.
Quando os sintomas ocorrem devido a uma reação aos medicamentos, a conduta médica consiste em administrar um antídoto, como o biperideno, uma substância antiparkinsoniana que reverte os sintomas rapidamente.
A intervenção cirúrgica em uma síndrome extrapiramidal é indicada para os pacientes com distonias, Doença de Parkinson e tremores involuntários que não respondem às intervenções farmacológicas.
Entre os procedimentos cirúrgicos, a Estimulação Cerebral Profunda tem sido utilizada com bons resultados. A técnica consiste em estimulação elétrica de alta frequência no cérebro, por meio de eletrodos implantados em regiões específicas, proporcionando alívio imediato ao paciente.
Algumas pessoas não possuem indicação cirúrgica para a Estimulação Cerebral Profunda. Dessa forma, uma avaliação cuidadosa do médico neurocirurgião deve ser realizada para que o procedimento possa beneficiar o paciente, com o alívio de sua sintomatologia e o mínimo de 20 complicações.
Referência: Oxford Medicine
Artigo Publicado em: 20 de setembro de 2018 e Atualizado em: 09 de outubro de 2020
Última data de revisão: quarta, 11 de dezembro de 2024